Os desenvolvimentos científicos e tecnológicos das últimas décadas fizeram com que, no dia-a-dia, tivéssemos ao alcance da vista, ou de um toque, as mais precisas informações sobre o tempo, sejam elas quais forem. Atualmente vivemos cercados de relógios por todos os lados (celulares, telas de computador, relógios de rua, relógios de parede em todos os lugares, relógios de pulso, etc.), sendo que muitos estão sincronizados com os relógios atômicos, que garantem que o passar do tempo seja medido da mesma forma ao redor de todo o planeta. Hoje as tecnologias baseadas em aparelhos de medição do tempo se tornaram parte tão integral de nossa vida que só nos damos conta de nossa dependência quando elas falham. Porém, nem sempre foi assim.
O fascínio pelo céu e a necessidade de marcar a passagem do tempo durante o dia, ao longo do ano - em função das colheitas, festividades, etc. - e em períodos mais longos; bem como determinar a localização durante viagens longas, por terra ou por mar, fizeram com que o homem, desde os seus primórdios, olhasse para o céu procurando entender o significado do ciclo de dias e noites e outras mudanças periódicas que ocorriam. Mesmo sem nenhum instrumento de observação, a alternância entre o dia e a noite suscitou no homem as primeiras noções de tempo. A partir desta noção foi possível correlacioná-la com a posição do Sol no horizonte tanto no nascente quanto no ocaso, bem como com o seu trajeto no céu no decorrer do dia. Destas observações ele extraiu conhecimento e sabedoria; assim, dando início ao desenvolvimento da ciência que hoje chamamos de Astronomia, que por sua vez acabou fazendo com que outras ciências, como a Álgebra e a Geometria se desenvolvessem.
Apesar de milenar, a observação do céu foi sendo deixada de lado pela grande maioria de nós, seja pela facilidade com que, atualmente, conseguimos informações sobre a passagem do tempo, seja pelo constante aumento das luzes das cidades que vem ocorrendo desde a revolução industrial. Portanto, não é de se espantar que as novas gerações conheçam pouco, ou mesmo desconheçam, os relógios de sol, que foram muito utilizados até a algumas décadas quando vivíamos uma vida mais lenta e tranqüila.
Até bem pouco tempo atrás, se considerarmos a idade da humanidade, a passagem do tempo era determinada pela projeção da sombra de um ponteiro sobre um mostrador, ou seja, um relógio de sol. Muitos podem achar de pouca utilidade o estudo da ciência por trás deste tipo de dispositivo nos dias atuais. Contudo, os relógios de sol, por sua aplicação prática, possibilitam uma excelente introdução à astronomia e à cosmografia, visto que entender o seu funcionamento é, antes de qualquer coisa, entender como se dá o movimento aparente do Sol no céu durante o decorrer de um ano.
Em princípio, qualquer objeto que projete uma sombra sobre uma superfície, plana ou não, pode servir para marcar as horas, ou seja, ser um relógio de sol. Estes dispositivos podem ser construídos com diversos materiais, bem como outras características podem variar, por exemplo: tamanho, portabilidade, número de faces, orientação destas em relação aos pontos cardeais, tipo de linhas horárias, etc. Na realidade a concepção e construção de um relógio de sol é uma questão do conhecimento matemático, da paciência, da habilidade, do objetivo e da imaginação de quem o está construindo.
Um comentário:
ISSO FOI LEGAL E E BOM PRA APRENDE
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