quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Torre dos Ventos – Planetário do mundo clássico?

A Torre dos Ventos foi planejada e construída, na Agora romana, em Atenas, pelo astrônomo macedônio Andrônico de Cirro, por volta do segundo quarto do século I a.EC. Com 12 m de altura e diâmetro de 8m, construída em mármore com uma planta octogonal, esta possuía um cata-vento e relógios de sol em cada uma de suas oito faces que representavam as deidades dos ventos: Boreas (N), Kaikias (NE), Euro (E), Apeliotes (SE), Noto (S), Lips (SO), Zéfiro (O) e Skiron (NO). Outra característica interessante desta construção é a existência de uma construção menor, localizada próximo ao lado sul, que abrigava um reservatório que era mantido cheio de água de uma fonte da Acrópolis. Com este suprimento de água, a pressão constante, o fluxo de água em uma torneira no interior da torre também podia ser mantido constante. Isso permitia regular a vazão de água de forma a que um outro tanque fosse cheio em exatamente 24 horas e, conseqüentemente, uma bóia levantada a uma distância fixa por hora. Com relógios de sol no exterior e um de água (clepsidra) no interior os visitantes podiam ver as horas em qualquer condição do tempo, claro ou nublado, e mesmo durante a noite.


A bóia do relógio era ligada a um contrapeso por uma linha e esta passava em volta de uma hasta vertical. À medida que a bóia subia, a haste girava, junto com uma placa metálica circular presa à sua extremidade. Nesta placa estava traçado o mapa do céu e furos ao longo da linha da eclíptica permitiam que uma representação do Sol fosse movida a intervalos de um dia ou dois, em uma simulação de seu movimento anual. Uma rotação completa do mapa a intervalos de 24 horas simulava a rotação diária do céu. Uma rede de fios de referência colocados em frente ao mapa representava as horas, e, à medida que a imagem do Sol passava por cada um deles, indicava a hora tão bem quanto qualquer relógio solar (*).



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(*) WHITROW, G. J. O tempo na história: concepções do tempo da pré-história aos nossos dias. pag. 65-66. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1993.

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